Mesmo durante isolamento social do coronavírus, você sabia que é mais comum do que se imagina ter pouca paciência para ensinar dicas de celular para idosos, como aplicativos ou outras tecnologias básicas do dia a dia? 

É possível considerar isso um exercício de amor e reconhecimento com aqueles que vieram antes de nós e cuidaram de nós.

Mesmo assim, dar conta de ensinar todas as tecnologias que podem ajudar os familiares idosos a cultivar o bem-estar durante o isolamento social pode demandar mais tempo do que o que se tem disponível, não é mesmo?

Cada vez mais, a terceira idade tem ocupado seu lugar nas redes e estão mostrando que este mundo da tecnologia pertence a eles também.

Então, como ensinar com paciência os idosos a usarem o celular e a lidarem com tecnologia em geral?

Vamos dar algumas sugestões, já que estamos em período de isolamento social e eles (e todos os que puderem) precisam passar o maior tempo possível em casa.

Qual o primeiro passo para ajudar o uso de celular por idosos?

Em primeiro lugar, é preciso preparar a si mesmo ou a si mesma para lidar com conseguir ajudar da melhor forma possível. Sim, porque em muitos momentos vai parecer impossível ou bem desafiador repetir várias vezes e em outros você vai duvidar da sua capacidade de ensinar.

Então, o primeiro conselho que nós damos é: faça um exercício de respiração profunda antes de começar. Vamos lá?

São apenas 10 repetições. Você vai inspirar pelo nariz, segurar por 10 segundos e soltar pela boca, dez vezes.

Pode parecer que não tem efeito, mas tenha certeza que isso ajuda na questão da concentração, do equilíbrio e atua também para melhorar a própria respiração e circulação de sangue no seu corpo.

Com isso, você vai se sentir mais leve para ajudar os familiares idosos a aprender sobre celular.

Outra forma de preparar-se é praticar exercícios de meditação com foco em generosidade. Esse vídeo de meditação guiada pode ser bem útil:

Celular para Idosos: Incentive um ambiente seguro para erros

As pessoas idosas de nossa família cresceram e se desenvolveram em um período pós-guerra em que a cultura sobre a possibilidade de erros era de julgamentos fortemente condenatórios.

Levando isso para a realidade do uso de tecnologias, é totalmente entendível o porque de alguns de seus bloqueios para aprender com facilidade: há um grande medo de errar!

Para nós que crescemos em um outro mundo relativamente mais receptivo a falhas, não há um receio tão forte em acessar uma função indesejável ou uma página sem querer. Nós simplesmente sabemos que podemos voltar e tentar de novo, não é mesmo?

Nesse sentido, incentive com regularidade que a possibilidade do erro é perfeitamente natural no uso de tecnologias e que está tudo bem.

Só em casos muito específicos que os erros são graves, como passar os dados bancários para um desconhecido, por isso crie esses acordos sobre o que realmente não pode ser feito e o que está permitido se equivocar.

Provavelmente será necessário resgatar isso várias vezes, mas em um certo momento isso será internalizado pelo seu familiar idoso.

Antes de passar para a próxima dica, olha só algumas ideias para ajudar seu familiar com 50 ou +60 anos a ampliar a autonomia no uso de tecnologias básicas do dia a dia:

Confira agora a próxima dica para conseguir ensinar com paciência o seu familiar idoso!

Divida os ensinamentos em pequenas lições

Quando você for passar algum ensinamento de celular para o idoso, ao invés de ir diretamente para o grande ensinamento (por exemplo: fazer um pedido de entrega de remédio), a dica que damos é dividir os ensinamentos em pequenas partes.

Pense assim, imagine que você tem interesse sobre como uma estrela é formada no universo. E aí, um astrofísico vem te explicar com uma linguagem toda matemática e te passa tudo de uma vez. Não vai ser fácil de compreender, não é?

Na melhor das hipóteses você até poderia entender no momento, mas na prática assimilaria pouco e mais tarde provavelmente se esqueceria de grande parte da explicação; o que é perfeitamente normal!

Foi só uma comparação para você entender que é com uma lição por vez que a pessoa vai assimilar com mais facilidade e o quanto uma nova tecnologia pode parecer complexa para alguém que nasceu em uma época totalmente diferente.

Primeiro você pode mostrar para ela as funcionalidades básicas do aparelho celular. O que tem na primeira tela, por exemplo. Se for necessário, volte até ao mais básico, mostrando onde olha para ver se a internet está funcionando.

Depois, você pode explicar para ela sobre algum aplicativo de mensagens e videochamadas. Como mandar áudio e escrever as mensagens. O ideal é ensinar e deixar a pessoa ir ganhando autonomia.

Quando você observar que já pode ensinar outra etapa como baixar um aplicativo, por exemplo, ela fará com mais segurança.

Aliás, essa é a expectativa que você deve criar em si. Não almeje ensinar muitas coisas de uma só vez e comemore os simples resultados da sua ajuda. Isso vai te estimular a continuar essa jornada com mais otimismo.

Assim, será possível que aquela dúvida do familiar idoso sobre como mexer no celular seja sanada, merecendo uma celebração mesmo que simbólica!

Ensine primeiro de forma prática

É como diz aquele ditado: “as palavras convencem, os exemplos arrastam”. Então, sempre que for ensinando, vá demonstrando e fazendo repetições, porque isso vai sendo assimilado aos poucos pelo idoso.

Uma dica é fazer primeiro o passo a passo de forma prática, passando por cada tela do aparelho até chegar ao final da lição. Assim, você irá compartilhar uma visão básica lógica do caminho.

Quando ele tiver que desenvolver autonomia, com certeza, vai acessar essas memórias e isso vai facilitar muito. Enquanto, for ensinando, vá elogiando as conquistas dele. E, dessa forma, vai se sentir muito mais motivado a aprender.

Peça para ele anotar um passo a passo

Após fazer o passo a passo prático, sugira que o familiar idoso anote cada um deles em um caderno de notas para sempre resgatar a memória se surgir uma dúvida. Seguramente, isso será bastante útil para momentos posteriores, acredite.

Além disso, ela vai lhe educando a perguntar menos vezes para você, gerando assim mais liberdade para si mesmo.

Por outro lado, incentive-o a olhar cada vez menos para que conquiste a autonomia mais genuína.

Veja o exemplo desse jovem de 23 anos, o Alexandre Drabecki, que fez um passo a passo com ilustrações para Iracema Poliquezi, de 73 anos, avó de sua namorada.

Isso mesmo ele fez desenhos explicando as funcionalidades e botões, pois muitas vezes a senhora se sentia excluída porque os parentes não tinham muita paciência de explicar para ela.

Fica aí essa dica se tem alguém na sua casa que possui facilidade de desenhar.

Uma curiosidade: isso virou notícia porque o rapaz postou em sua conta no Twitter, sem intenção, mas acabou sendo muito compartilhado. E, então, história foi publicada em um monte de sites de notícias, como a UOL.

Viu como simples ações podem trazer grandes alegrias para a vida de uma pessoa? Que tal compartilhar este post para que mais pessoas pratiquem essas boas ações também?

Leituras para entender como funcionam cursos focados em idosos sobre aplicativos do dia a dia: